HOME
      
    Humor piora e dólar sobe 1,82%, para R$ 1,837...

    Descrição
    Humor piora e dólar sobe 1,82%, para R$ 1,837...


    Detalhes

    Depois de três dias de queda e um ajuste de 4,80% para baixo, o dólar voltou a tomar fôlego ante o real. A demanda por moeda americana cresceu durante à tarde, conforme o humor externo piorou, provocando a queda de bolsas, commodities e outras moedas.

    No fim do dia, o dólar comercial mostrava alta de 1,82%, a R$ 1,837 na venda, mas fez máxima a R$ 1,842 e mínima a R$ 1,801. No mês, a moeda americana acumula alta de 15,32%.

    Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar pronto avançou 1,64%, para R$ 1,8252. O giro do dia ficou em US$ 40,75 milhões contra US$ 38,75milhões no pregão anterior.

    Também na BM&F, o dólar para outubro mostrava alta de 1,57%, a R$ 1,8355, mas já fez máxima a R$ 1,8385 (+1,74%).

    No câmbio externo, o dólar ganha do euro e de outras moedas emergentes, como o peso mexicano, dólar canadense e dólar australiano. O Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, avançava 0,31%, a 78,03 pontos. Enquanto o euro caía 0,27%, a US$ 1,355.

    De volta ao câmbio local, o diretor da Corretora Futura, André Ferreira, nota que o mercado parece mais calmo na ausência de grandes novidades envolvendo a crise na Europa.

    No entanto, o dólar segue e seguirá pressionado, diz o especialista, apontando para a posição comprada do estrangeiro no mercado futuro, além da "proibição" à venda de moeda que existe no mercado local via cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre ampliação de posição vendida em derivativos de câmbio.

    "Qualquer espirro lá fora e o dólar pode voltar à corrida de alta novamente", diz o especialista.

    Para Ferreira, o governo deve estar esperando a Medida Provisória (MP) do IOF ser votada para zerar a tributação de 1%.

    Em parecer preliminar sobre a MP, o relator da medida, o deputado Reinhold Stephanes (PMDB-PR), prevê a dispensa do recolhimento do tributo entre 27 de julho e 16 de setembro deste ano.

    Para Ferreira, essa limitação tem de ser revista. Não faz sentido tributar a venda de moeda em uma situação como a atual. O mercado está distorcido, por isso, o dólar sobe mais aqui do que lá fora em dias ruins e cai menos em dias bons.

    "O time da venda joga com menos gente. Seria como um 11 contra seis no futebol. A vantagem está do lado do comprado", exemplifica.

    Ampliando a análise, Ferreira acredita que a possibilidade de piora do cenário externo já está no preço dos ativos. Então, qualquer sinal de alívio, qualquer indicação de o default da Grécia ser postergado, deve gerar resposta positiva do mercado.

    No quadro atual, os investidores estão na defensiva, o dinheiro está empoçado em dólar e em títulos da dívida americana, que seguem mostrando taxas em recordes de baixa.

    Fluxo Cambial

    Como acontece toda a quarta-feira, o Banco Central (BC) apresentou nova parcial sobre o fluxo cambial. Agora em setembro até o dia 23, o saldo é positivo em US$ 8,084 bilhões, sendo US$ 7,789 bilhões na conta comercial e US$ 295 milhões na conta financeira.

    No mesmo período, o BC tirou de circulação US$ 327 milhões via compras no mercado à vista. Cabe lembrar que o BC não compra moeda à vista desde o dia 13 de setembro.

    Como o fluxo é superior à compra, ocorre uma "sobra efetiva" de dólares no mercado e essa moeda vem sendo utilizada pelos bancos para montar posição comprada no mercado à vista. No período, o estoque comprado em dólar físico ronda US$ 1,5 bilhão, contra uma posição vendida de US$ 6,257 bilhões no fim de agosto.

    Esses dados apresentados pela autoridade monetária também elucidam que toda a alta que o dólar acumulou (e acumula) no mês não tem relação com fluxo cambial. Há, de fato, sobra de moeda, mas o preço do dólar no mês até o dia 23 subia 14,8%.

    A puxada de alta veio, em grande parte, do mercado futuro, onde os estrangeiros viram a mão e passaram a deter posição comprada em dólar. O movimento da BM&F foi tão intenso que levou o BC a vender contratos de swap na semana passada, coisa que não acontecia desde junho de 2009. Outro fator que deu força ao dólar foi o aumento da instabilidade externa.

    De volta aos dados do BC, chama atenção uma variação negativa das reservas internacionais de US$ 2,942 bilhões no mês até o dia 23. Segundo um operador, o BC não abre o motivo da variação, mas tudo indica que a perda seja reflexo do comportamento da carteira de moedas na qual parte das reservas está investida.

    Mercado Futuro

    No fim da semana, o dólar para outubro deixa de ser negociado e os investidores podem rolar suas posições para novembro (ou outro vencimento) ou deixa-las "morrer" pela Ptax. Tanto a rolagem dessas posições quanto a briga entre comprados (pró-dólar) e vendidos (pró-real) se acirram a partir de quinta-feira.

    Depois de fortes movimentações na semana passada, as posições pouco oscilam na BM&F. O não residente segue vendido em US$ 3,415 bilhões, exposição composta por US$ 9,997 bilhões comprados em dólar futuro e US$ 13,412 bilhões vendidos em cupom cambial (DDI - juro em dólar).

    Já os bancos mostram estoque líquido vendido de US$ 5,258 bilhões, sendo US$ 12,188 bilhões vendidos em dólar futuro e US$ 6,930 bilhões comprados em cupom cambial.

     

     

    Info: http://www.valor.com.br/

     



    Voltar